Autor: Vaumirtes Freire
Naquela manhã de 31 de outubro, por volta das 7horas recebo um comunicado através do rádio da viatura de que havia acontecido um crime passional numa bairro ali próximo onde me encontrava fazendo patrulhamento.
Ao chegar no local me deparo com a cena mais terrível que já presenciei nestes meus 23 anos de Polícia Militar. Tentei recuar e não ir até o quarto do casal, onde toda a tragédia aconteceu, possivelmente há uma hora atrás, quem sabe após uma noite de amor entre lobo e orvelha.
Algo me puxava até o quarto, era uma força estranha como esta que agora me faz escrever esta crônica, pois a noite toda passei em claros imaginando como o “amor” pode se transformar em um ódio tão devastador, tão dominante e cruel.
A cena que presenciei e que não irei descrever aqui, pois palavras não pode expressar tanto horror , tanta crueldade num ninho que foi feito para o amor, os sonhos a VIDA! Há ! a vida, sopro Divino que nos enche de felicidade simplesmente por vivê-la.
Eu estava ali, pasmo em silêncio, sem entender que um ser humano seria capaz de ser protagonista de uma ato que parecia cena de filme de terror. Ouvi no silêncio do quarto (há quem não acredite na voz do silêncio que grita mais alto do que se possa imagina) um murmúrio que vinha como a brisa entre as orquídeas numa manhã fria: “Minha filha, minha filha.”
Rabisquei linhas imaginárias com os olhos a procura de quem murmurava. Ouvi a mesma brisa perfumada a me guiar em meus pensamentos e novamente a minha imaginação decodificou o som: “Minha filha, minha filinha.” E o vento frio me causou arrepios antes de silenciar de vez, então, observei pela primeira vez o corpo deitado em silêncio sobre a cama e coberto por um lençol tingido de vermelho.
E foi ai que percebi que havia um anjo ali dormindo. Sim ele dormia e apesar da violência do cenário havia uma paz na sua última expressão do rosto, aquela paz que somente os anjos há possui. A forma na qual se encontrava deitada, era como se preparasse para dar seus último vôo, talvez, quem sabe a procura de sua filha, por isso a chamava: “ Minha filha, minha filha”.
Sim era isso, Deus havia tornando o Anjo da Guarda daquela criança visível e transformado ele em sua mãe adotiva, por isso aquela professora vivia tão cheia de flicidade, tão cheia de vida, tão radiante, tão admirada, pois ela era mais um dos Anjos que Deus coloca na Terra para perfumar nossos dias.
Sim eu mais uma vez havia encontrado um destes Anjos , só que desta vez alguém arrancou com muita violência as suas asas.
Cheguei tarde, pensei e sai dali antes que as lágrimas denunciassem o poeta que estava vestido de Sargento do Ronda.
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Anjos Imagens
Recados-orkut.net
Crônica escrita por Vaumirtes Freire – poeta do silêncio
IN MEMORIAN ao um Anjo que vivia a ensinar o Bem, o Amor, a Solidariedade e o Perdão e que nós durante 33 anos ( idade de outro Anjo do Amor) a chamamos de ANA SORAIA, mas que agora voltou a ser invisível novamente como todos os outros Anjos da Guarda.
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Soraia foi morta com 48 perfurações a faca pelo próprio marido. (Matéria)
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